15/12/2025
Novas salas de cirurgia da Fhemig ampliam o acesso e aceleram o cuidado para usuários do SUS
Expansão cirúrgica nos hospitais Júlia Kubitschek, Cristiano Machado e João XXIII beneficia quem aguarda por procedimentos
Quando a dona de casa Elisa Fernandes, de 75 anos, saiu para ir à padaria, no fim de setembro, não imaginou que aquela tarefa simples mudaria seus meses seguintes. Ao tentar segurar as cachorras para que não fossem para a rua, escorregou na escada, fraturando em três pontos o ombro direito. Atendida em um serviço de urgência da capital, Elisa recebeu a notícia de que precisaria de cirurgia. O alívio veio quando a vaga para o procedimento foi autorizada rapidamente no Hospital Júlia Kubitschek (HJK), da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig).
“Achei que iria demorar, porque a gente escuta que os hospitais estão cheios, mas a vaga saiu rapidinho. Fui transferida para o Júlia e operei no mesmo dia. Fui muito bem atendida. Deu tudo certo”, relata.A história de Elisa mostra o impacto da expansão cirúrgica nos hospitais da Fhemig. Desde o início do funcionamento, há cerca de três meses, as novas salas de cirurgia inauguradas na capital e região metropolitana vêm encurtando o tempo de espera dos pacientes por procedimentos eletivos ou de urgência programada. O HJK passou a oferecer cirurgias ortopédicas, como de quadril, ombro, joelho, cotovelo, mão, reconstrução de plexo braquial, procedimentos bucomaxilofaciais e técnicas como o método Ilizarov, utilizado em reconstruções ósseas e alongamentos.
Para o cirurgião de mão Matheus Fávero a ampliação tem impacto imediato para quem aguarda por uma cirurgia.
Na ortopedia lutamos contra o tempo: tratar uma lesão aguda não é o mesmo que tratar quando já virou crônica. Ter mais um hospital ofertando esse tipo de assistência ajuda a aliviar a espera e garante resultados melhores”, explica. “A gente sabe o quanto é angustiante esperar uma cirurgia. Poder ajudar aqui no Júlia, oferecendo tratamento em tempo hábil, é muito gratificante”, conclui.
Cuidado mais perto
Assim como Elisa, a dona de casa Larissa Cristina dos Santos, de 25 anos, também sentiu o efeito da ampliação, desta vez no Hospital Cristiano Machado (HCM), em Sabará, que teve seu bloco cirúrgico reaberto e retomou as cirurgias gerais. Ela enfrentava, há seis meses, crises fortes de cálculos na vesícula. “Quando a dor vinha, eu tinha que deixar minha filha de oito anos às pressas com os vizinhos para ir para a UPA. Era insuportável”, lembra.
A primeira autorização para a cirurgia saiu em hospital no interior, para o qual ela não teria como se deslocar. O alívio veio quando a vaga foi aberta no HCM, perto de casa, permitindo que a família a acompanhasse durante o processo. A cirurgia aconteceu no fim de outubro. “No Cristiano Machado me trataram super bem. São abençoados, muito educados. Achei que ia ter que operar longe, mas saiu aqui do lado de casa, perto da família. Foi muito importante”.
No Hospital João XXIII (HJXXIII), histórias como a de Geraldo Magela, 60 anos, mostram a importância da resposta especializada. Ele trabalhava como churrasqueiro em um evento quando caiu de uma altura de cerca de três metros e teve indicação de cirurgia na coluna. “O acolhimento foi muito bom. Nunca pensei que isso aconteceria comigo, mas quando a gente precisa, vê como esse serviço é importante. Quanto mais cirurgias, mais vidas salvas”.
Para fortalecer o cuidado aos pacientes do trauma, o HJXXIII passou a realizar cirurgias também no período noturno, aumentando a capacidade de resposta e reduzindo o tempo de espera para quem precisa do procedimento.
Com ampliação de serviços e integração entre as unidades, a rede avança para oferecer um atendimento mais ágil, eficiente e humanizado. Para quem espera por uma cirurgia, essa diferença se traduz em voltar mais cedo para casa e retomar a vida.
Por Fernanda Moreira Pinto
Fotos: Francis Campelo, Pedro Chagas e Lucas Lopes
