19/11/2025
9º Fórum Científico marca ingresso da Fhemig na pesquisa clínica patrocinada
Participação inédita amplia papel da Fundação como instituição de ciência e tecnologia e fortalece seu desenvolvimento como centro de pesquisa na saúde pública
Com recorde histórico de inscritos, o 9º Fórum Científico da Fhemig reuniu, nesta terça-feira (18) e quarta-feira (19), mais de 450 participantes para discutir e trocar experiências sobre as perspectivas e os avanços da pesquisa clínica na saúde pública.
A edição deste ano também destacou o ingresso da instituição em um novo modelo de parceria para pesquisa com pacientes, ao receber recurso financeiro para participar de estudo clínico que reúne 27 instituições brasileiras até o momento.
Promover e participar da produção científica estadual, nacional e internacional é uma das vocações da Fhemig, que incentiva a produção de estudos em diversas áreas de investigação, principalmente em traumatologia, infectologia, oncologia e toxicologia.
Nova etapa
O pesquisador e médico intensivista do Hospital João XXIII, Frederico Bruzzi, falou sobre o ingresso da Fhemig no “Estudo NoVa”, que representa um marco para a Fundação por ser seu primeiro projeto de pesquisa clínica patrocinada e abrir caminho para uma nova etapa em sua trajetória como instituição científica, tecnológica e de inovação (ICT).
“A participação nessa pesquisa é um incentivador para criar-se uma cultura de produção científica com metodologia mais robusta e de maior alcance, como também para alavancar o desenvolvimento da Fhemig como centro de pesquisa”, explicou o médico.
Integração
O teatro da Fundação Educacional Lucas Machado (Feluma), em Belo Horizonte, foi palco para palestras, mesas redondas, apresentações de trabalhos e de projetos inovadores ou com potencial de inovação, além de premiações, que destacaram a importância da ciência para aprimorar e fazer avançar a assistência prestada aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), ao integrar medicina e pesquisa.
A abertura do evento contou com a participação da secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação do Ministério da Saúde, Fernanda de Negri e da presidente da Rede Fhemig, Renata Dias, entre outras autoridades.
“Fazer ciência, investir em pesquisa e inovar é um ótimo caminho para realizarmos a missão do SUS, de ampliar o acesso e prestar a melhor assistência possível aos usuários. A Fhemig se empenha, cada dia mais, para avançar nesse objetivo”, afirmou a presidente da Fhemig, Renata Dias.
“Temos investido muito no desenvolvimento das formações e da pesquisa. Hoje, com o 9° Fórum Científico, buscamos fortalecer e avançar ainda mais na cultura de prática científica em nossos hospitais, sempre pensando no melhor para os nossos pacientes”, sublinhou a diretora Assistencial da Fhemig (Dirass) Lucineia Carvalhais.
Protagonismo hospitalar
Doutora em Economia e secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação do Ministério da Saúde, Fernanda de Negri (foto ao lado) ressaltou que a pesquisa clínica tem papel estratégico para o desenvolvimento do país e fortalece a base de conhecimento e o sistema de saúde no Brasil.
“A pesquisa clínica é boa porque dá acesso à população a medicamentos experimentais que não teriam de outra maneira. Mesmo as pessoas que participam da pesquisa e não têm o medicamento, já têm um tratamento que é a melhor prática possível para aquele paciente. Vejo com muito ânimo e muita expectativa a Fhemig estar promovendo esse evento para discutir pesquisa clínica”, avaliou a secretária.
Salvar vidas
A apresentação de Bruzzi foi antecedida pelo coordenador geral do “Estudo NoVa” e pesquisador do Instituto de Pesquisa do Hospital do Coração (IP-HCor), Bruno Tomazini, que pontuou a importância dessa investigação que vai recrutar 2.800 participantes em todo o país e que pode contribuir para o tratamento dos pacientes com sepse grave (infecção generalizada) atendidos em hospitais do SUS.
A pesquisa busca saber qual medicamento é melhor para manter a pressão arterial em níveis adequados para evitar a morte durante o tratamento do choque séptico.
A doença atinge cerca de 50 milhões de pessoas no mundo, todos os anos. No Brasil, aproximadamente 30% dos leitos em unidades de tratamento intensivo (UTI) são ocupados por pacientes com sepse ou choque séptico, com uma taxa de óbito que chega a 55%, daí a importância dessa pesquisa para a saúde pública.
Premiação
Nessa edição do Fórum, dos 164 trabalhos inscritos, foram premiados três artigos científicos, um resumo estruturado e um trabalho de conclusão de residência de profissionais que atuam nos hospitais João XXIII, Infantil João Paulo II e Odete Valadares.
Por Alexandra Marques
Fotografias Alexandra Marques e Anni Sieglitz
