26/09/2025

Hospital Regional de Barbacena realiza sua primeira captação de córneas em doador com coração parado

Procedimento realizado com equipe do próprio hospital permite mais agilidade e sucesso no processo e contribui para redução da fila de espera no estado

A primeira captação de córneas, em doador com coração parado, no Hospital Regional de Barbacena, unidade da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), foi realizada na última quinta-feira (25/9). A conquista integra as ações do Plano Estadual de Doação e Transplantes (PEDT) de Minas Gerais para ampliar captação de órgãos e salvar mais vidas, que prevê, entre outros, o fortalecimento das Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTTs) e a capacitação das equipes dos hospitais para realização do procedimento. 

O presidente da CIHDOTT do HRB e membro da equipe de enucleação, Marcio Antonio Resende, conta que a unidade foi uma das primeiras da Fhemig a participar da capacitação, realizada por meio de parceria entre MG Transplantes e Feluma, e dar início à realização dos procedimentos é de grande importância para o estado. “Este primeiro sim foi um momento de muita emoção para a nossa equipe. Tenho certeza que foi apenas o primeiro de muitos e que poderemos contribuir com a diminuição da fila de espera por córneas em Minas Gerais”. 

A enucleação - remoção cirúrgica completa do globo ocular, foi realizada em uma paciente, que já havia demonstrado interesse à sua família em ser doadora. "O processo foi conduzido com muita dedicação, cuidado e respeito por toda a equipe envolvida, garantindo que cada etapa fosse realizada com excelência e humanização, reafirmando nosso compromisso com a vida e com o bem-estar dos nossos pacientes", ressalta a enfermeira Tânia Michele da Costa. 

Márcio explica que, em casos de doadores com coração parado, o procedimento só poderia ser realizado pelo Banco de Olhos de Juiz de Fora, o que tornava o processo mais complexo devido ao tempo de deslocamento. “Como todo o procedimento deve ser feito em até seis horas após o óbito, com a equipe presente no hospital,  a abordagem ocorre de forma mais rápida, com mais chance de aceitação da família e realização em tempo hábil”.

Para a enfermeira da Unidade de Internação, Claudia Campos Alves, que participou da abordagem da família - crucial para o sucesso da doação, e também da captação, é sempre bom conversar a respeito com os parentes e deixar clara a vontade de ser um doador, já que atualmente 45% deles não autorizam o procedimento. “Me sinto muito orgulhosa em poder participar do processo. Essa doação vai mudar a vida de pessoas que aguardam na fila de espera. Por isso, não se deve esquecer de sempre conversar a respeito do assunto com os familiares, pois são eles quem precisam autorizar o procedimento”. 

Por Aline de Castro 
Fotos: divulgação