26/09/2025

Congresso da Fhemig na Expo-Hospital aponta para a união de esforços para fortalecer o SUS

Evento reuniu mais de 60 participantes para diálogo sobre parcerias inovadoras e aprimoramento dos serviços públicos de saúde

O SUS é uma conquista social e seus princípios devem ser fortalecidos todos os dias. Parcerias não são o fim do Sistema Único de Saúde. São soluções inovadoras para superar gargalos e assegurar a prestação dos serviços públicos. Essa foi a ideia central que conduziu as discussões do 7º Congresso de Gestão Pública em Saúde promovido pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), entre os dias 24 e 25/9, durante a Expo-Hospital em Belo Horizonte.

A presidente da Fhemig, Renata Dias, esteve presente e realizou a abertura oficial do evento, reforçando a importância da união de esforços para que o SUS seja cada vez mais forte e acessível.

O evento contou com a participação de mais de 60 inscritos e trouxe palestrantes de perfis diversos e experiências de êxito na gestão do SUS. Casos de sucesso como os dos hospitais São Vicente de Águas Formosas e Odilon Behrens, do Instituto Mário Penna, da Santa Casa de Belo Horizonte, do ICISMEP e do próprio MG Transplantes – que integra a Fhemig, foram compartilhados e permitiram ampliar a discussão sobre novos caminhos para o fortalecimento e o futuro do SUS.

Os debates destacaram, entre outros pontos, que os novos modelos de manutenção dos serviços públicos de saúde por meio de  parcerias representam uma solução eficaz para garantir a continuidade e a qualidade da assistência oferecida aos usuários, possibilitando a ampliação do acesso a um atendimento de excelência. Os hospitais permanecem públicos e 100% vinculados ao SUS.

Inovação

A diretora assistencial da Rede Fhemig, Lucineia Carvalhais, mediou dois painéis durante o evento e esclareceu que a forma de manutenção do SUS pode ser inovada e essa inovação dialoga com as parcerias, que são viabilizadoras da sustentabilidade do sistema, sempre seguindo determinantes legais.

“Essas parcerias permitem transitar de forma mais ágil e com ferramentas de decisão mais flexíveis para aumentar a quantidade e a complexidade da oferta de cuidados, especialmente na média e alta complexidades. O Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro e os hospitais públicos de Contagem são bons exemplos”, pontuou Lucineia.

A superintendente do Hospital Odilon Behrens, Taciana Malheiros, deixou claro que, nesse cenário, o controle social deve ser fortalecido para cumprir integralmente o seu papel fiscalizador e garantir que as parcerias cumpram sua função suplementar.

União de esforços

“O SUS é uma política pública de Estado e não de Governo. O seu futuro aponta para a união de esforços. O modelo assistencial (bata branca) é público, o suporte-meio (bata cinza) pode ser privado. A gestão não pode ser privada e o controle social deve fiscalizar esse modelo híbrido em que as rédeas da gestão permanecem nas mãos do poder público”, sublinhou Taciana.

Nesse horizonte de futuro, as residências em saúde podem ser encaradas como uma estratégia para formar e manter profissionais qualificados nos hospitais públicos e os concursos seguem como modelo de ingresso, ao lado de outras formas de vínculos, para suprir gargalos e assegurar o atendimento à população, completou a superintendente do Odilon Behrens.

A Fhemig tem buscado, de forma pioneira na saúde pública do Estado, adotar diferentes modelos de parcerias. A primeira unidade a aderir ao modelo de organização social foi o Hospital Regional Antônio Dias (HRAD), em Patos de Minas, com a celebração da parceria com a Fundação de Assistência, Estudo e Pesquisa de Uberlândia (Faepu), assinada em maio de 2024.

A descentralização trouxe maior agilidade na aquisição de medicamentos e manutenção de equipamentos. Exemplo disso são as compras que passaram a ser 60% mais rápidas. Outra melhoria foram as contratações, que possibilitaram uma escala completa, além de mais médicos cirurgiões e especialistas. Houve também aumento na média de internações por mês e expansão no número de cirurgias mensais.

Por Alexandra Marques e Janaína Oliveira
Fotografias Érica Lopes