16/04/2025

Hospital João XXIII alerta para cuidados na hora de curtir o feriado

Especialista explica o que fazer para evitar graves acidentes

Feriado prolongado se aproximando e bate aquela vontade de pegar uma estrada e curtir uns dias de folga com a família e os amigos, seja na praia, cachoeira ou em uma casa de campo. Infelizmente, é justamente nessa época em que o Hospital João XXIII (HJXXIII), da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) recebe mais pacientes vítimas de acidentes que, muitas vezes, poderiam ser evitados. Somente de 29 a 31 de março do ano passado - período em que foi celebrado o feriado de Páscoa, a unidade realizou quase 600 atendimentos - o principal deles, relacionado ao trauma, foi o de queda da própria altura, com 77 casos.

De acordo com a cirurgiã do trauma, Patrícia Cabral Costa, a maioria dos acidentes têm envolvimento com o excesso de bebida alcoólica. “São motoristas e motociclistas que sofrem ou causam acidentes, casos de afogamento, queimaduras ao acender churrasqueiras”, lista alguns.

Cuidados nos mergulhos

A médica alerta para a importância de redobrar os cuidados quando estiver em contato com piscinas e cachoeiras. “Primeiro, é importante saber a profundidade de onde vai nadar. Evite também mergulhar em águas rasas ou locais em que não se tem conhecimento do que pode ter lá embaixo. É assim que muitos jovens acabam lesionando a coluna e terminam paraplégicos ou tetraplégicos”, afirma.

O risco também existe ao escorregar na borda de piscinas, por exemplo. Por isso, é importante nunca empurrar outra pessoa. “É o tipo de brincadeira que pode ter graves consequências”, explica Patrícia.

Ela chama a atenção, ainda, para os afogamentos. “Se for este o caso, tome cuidado ao tentar salvar alguém; jogue algo para que a pessoa consiga se segurar e evite se aproximar demais, para não se tornar mais uma vítima”.

Segundo ela, todos os anos jovens e crianças acabam se afogando, podendo evoluir para o óbito ou causar sequelas neurológicas graves e irreversíveis. “O primeiro cuidado é não deixar as crianças a sós, dentro ou próximas da água, além de colocar boias nos menores que não sabem nadar”, aconselha.

Redobre a atenção com crianças

Falando em crianças, elas devem estar sempre supervisionadas, não só nas piscinas. “Ao atravessar uma rua, o ideal é que o adulto a segure pelo punho e não pela mão, assim fica mais difícil dela conseguir se soltar e entrar na frente de um carro sem querer”, explica a médica. 

Também não se deve esquecer dos cuidados quando for usar o carro. “Não deixe de colocar a criança na cadeirinha, mesmo que ela resista – lembrando que nunca se deve esquecer os cintos de segurança, mesmo os adultos! E, atenção, em hipótese alguma, leve a criança no colo, principalmente no banco da frente. Em caso de acidente, ela pode ser comprimida ou até atirada para fora do veículo”.

Outro ponto importante que a cirurgiã do trauma do João XXIII destaca é o cuidado com produtos de limpeza. “Nunca deixe remédios e produtos de limpeza ao alcance das crianças, nem em frascos que podem chamar a atenção delas. E jamais guarde produtos químicos em garrafas de refrigerante, por exemplo”, recomenda Patrícia.

Alerta nas trilhas

Para quem vai optar por curtir a natureza, lembre sempre de conferir se o celular está com a carga completa antes de sair de casa e evite caminhar sozinho nas trilhas. Em casos de picadas de animais peçonhentos, procure um atendimento médico o mais rápido possível e jamais amarre o local acima da lesão. “Recomendamos apenas lavar com água e sabão o local da ferida. Também é importante tentar descrever ao máximo as características do animal ou até levar uma foto dele, se possível”.

O mesmo vale para os casos de queimaduras. “É só lavar com água fria. Muitos passam produtos, como pasta de dente. Ao chegar ao hospital precisamos retirar tudo, causando ainda mais dor ao paciente”, explica.

Que tipo de atendimento procurar

“O ideal é chamar o Samu (192) ou o Corpo de Bombeiros (193), que encaminhará corretamente o paciente à unidade mais próxima e que poderá melhor atendê-lo. E, claro, ter o máximo de calma na hora de passar o endereço, para evitar erros e contribuir para um atendimento mais rápido e assertivo”, conclui Patrícia.

Por Aline de Castro
Foto: Francis Campelo