04/12/2024

MG Transplantes firma parceria com Prefeitura de BH para estimular captação de córneas

Até o final do ano, profissionais das UPAs serão treinados para atuarem na identificação de possíveis doadores

O MG Transplantes, da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), firmou parceria com a Prefeitura de Belo Horizonte para o treinamento de profissionais das nove Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do município. O objetivo é capacitar quem atua na linha de frente para a avaliação e identificação de possíveis doadores de córnea.

Médicos, enfermeiros e assistentes sociais receberam orientações sobre os critérios necessários para que uma pessoa possa doar a córnea. Há um check- list que deve ser seguido para saber se o paciente é elegível e, quando o profissional identifica que o possível doador tem o perfil, ele aborda a família sobre o assunto.

Caso os familiares sejam favoráveis, a unidade aciona o Banco de Tecidos Oculares do Hospital João XXIII, que assume todo o fluxo que deve ser seguido. A equipe do Banco vai até a UPA, realiza a entrevista familiar e, se consentida a doação, efetua a retirada dos globos oculares.

A primeira unidade a ter os profissionais capacitados foi a UPA Oeste, que já captou duas córneas desde então. Até o final do ano, profissionais de todas as UPAs do município serão treinados para atuarem na identificação de possíveis doadores de córnea.

Para o médico oftalmologista e coordenador do Núcleo de Tecidos Oculares do MG Transplantes, Paulo Lener Peixoto de Araújo Filho, a iniciativa pode contribuir muito para a redução da fila de pacientes que aguardam córnea no estado. Em Minas Gerais, são aproximadamente 3,8 mil pessoas.

“Acreditamos que essa parceria inédita poderá render frutos. Os números de captação devem melhorar, principalmente em razão do perfil dos óbitos das UPAs, que tendem a ser de pessoas mais jovens e que não permaneceram muito tempo em internação hospitalar, com baixa possibilidade de sepse, uma das principais contraindicações a doação de tecidos oculares”, afirma o médico.


Por Fernanda Moreira Pinto, com informação da Prefeitura de Belo Horizonte