
22/05/2024
Hospital Eduardo de Menezes, protagonista nos atendimentos em epidemias, completa 70 anos
Servidores e diretores da Fhemig comemoraram a trajetória da unidade referência em doenças infectocontagiosas
O Hospital Eduardo de Menezes, da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), completa hoje (22/5) 70 anos de uma história de grande importância para a população. Referência em infectologia e dermatologia sanitária, a unidade presta assistência hospitalar de média e alta complexidade aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), atuando prontamente nas epidemias que marcaram os últimos anos. Para celebrar a data, o hospital realizou um evento que reuniu servidores e diretores da Fhemig.
“Vejo o Eduardo de Menezes como um hospital que está em constante mudança e focado em fazer cada vez mais e melhor pelos que precisam, principalmente por aqueles que estão à margem até mesmo do cuidado. Hoje celebramos a dedicação dos que trabalham aqui e também dos que vieram antes de nós – se entregando diariamente ao cuidado com a vida humana, aqueles que entraram aqui adoecidos e retornaram para casa curados e também aqueles que encerraram aqui a sua passagem pela Terra”, afirmou a diretora assistencial do HEM, Tatiani Fereguetti.
A diretora assistencial da Fhemig, Lucineia Carvalhais, aproveitou a oportunidade para destacar a nova sede que a unidade deverá ter nos próximos anos. “O Eduardo é um hospital de grande relevância, merecedor do novo prédio que vai receber, no qual será preenchido pela qualidade técnica da equipe do hospital, que é insuperável, possibilitando suprir algumas deficiências estruturais que ainda existem”.
A subsecretária municipal de Promoção e Vigilância à Saúde, Thaysa Drummond, também marcou presença, representando o secretário municipal de saúde de Belo Horizonte, Danilo Borges, e ressaltou a importância da unidade para a capital. “O Eduardo de Menezes foi o hospital que realizou o maior número de atendimentos e internações durante a recente epidemia de dengue que tivemos em Belo Horizonte, que foi a pior da nossa história”.
A diretora do HEM, Virgínia Antunes de Andrade, lembrou a importância dos servidores para a unidade: “Hoje é um dia muito especial. A gente ama este hospital, a gente ama trabalhar aqui. É muito bom ver que temos tanta gente que compartilha do orgulho e do amor pelo Eduardo de Menezes. Quem faz o hospital são as pessoas que estão dentro dele, especialmente os servidores, que dão vida para este lugar e levam consolo, alegria e carinho para os pacientes, que saem tão agradecidos. O Eduardo de Menezes merece ser comemorado”.
A presidente da Fhemig, Renata Dias, encerrou os discursos parabenizando a todos e destacando a qualidade do serviço prestado na unidade. “O Eduardo é um dos maiores orgulhos que a Fhemig tem. É um hospital único, com um lugar especial na nossa Fundação e no coração do SUS. Espero que possamos comemorar outros aniversários e ainda estejamos realizando este lindo trabalho. Porque se tem uma certeza que eu tenho é em relação à qualidade do serviço prestado aqui”.
A comemoração, que contou com a presença da Banda da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) para animar o evento, foi encerrada com uma homenagem aos servidores que marcaram a instituição de alguma forma durante os anos de serviço prestado. Luciana Paione de Carvalho, coordenadora do Ambulatório do HEM, agradeceu em nome dos homenageados. “Esta instituição e o povo que trabalha aqui são resilientes. Do ponto de vista técnico, somos impecáveis, e do ponto de vista humano, somos especiais, pois trabalhamos com afinco e com carinho”.
Orgulho de pertencer
Sueli Régio da Silva, coordenadora do Serviço de Gestão da Informação do HEM, vai completar 30 anos de trabalho na unidade no próximo dia 1º de junho e se emociona ao relembrar de tudo que já viveu no hospital. “Vim de uma época em que tudo era muito difícil e pude acompanhar todo o progresso que o hospital teve durante esses anos. Tenho muito orgulho do que o Eduardo de Menezes se tornou, de como ele é hoje, dessa atual administração e de tudo o que agora podemos oferecer para os nossos pacientes”, afirma.
Nesses 30 anos, a servidora passou por apenas dois setores e lembra com carinho tudo o que viveu dentro do hospital. “Aqui, tive oportunidade de me formar em Gestão Pública, após meus 50 anos de idade, por meio de uma bolsa de estudos da Fhemig. Foram muitas histórias vividas no HEM, principalmente durante as epidemias e da pandemia que passamos”, conta.
“Além de profissional, somos seres humanos e enxergamos os pacientes como parte da gente, da nossa história. Muitas pessoas me perguntam quando vou me aposentar, mas por enquanto não me sinto preparada psicologicamente para deixar o Eduardo. O hospital é minha vida, aqui tenho amigos, confidentes e pessoas que vou levar para sempre”, afirma ela, que também completou 70 anos poucos dias antes do HEM.
Uma vida inteira
A enfermeira Janaína Dumont Costa Teixeira também tem uma longa história na unidade. Ela entrou para o HEM em 1999, por meio de contrato e se tornou servidora efetiva em 2004, após passar no concurso para exercer a função de auxiliar de enfermagem. “Depois disso, me graduei em enfermagem e, em 2012, passei novamente no concurso da Fhemig, agora para enfermeira”, lembra.
“Aqui tive o meu primeiro emprego e fui construindo minha carreira, ao longo dos anos. Tenho muito orgulho de trabalhar neste hospital, que é referência em todo o estado. O Eduardo de Menezes, além de prestar um atendimento de qualidade para os pacientes, é muito acolhedor. Existe uma parceria muito boa entre a equipe de enfermagem, médicos, equipe multidisciplinar, os servidores do administrativo e da manutenção. Me sinto muito abençoada e satisfeita por trabalhar aqui. É como se fosse casada com o hospital, afinal são quase 25 anos na unidade. Tenho muita admiração pelo HEM. Aqui iniciei minha carreira e aqui quero encerrá-la, quando chegar a hora” afirma emocionada.
História
O Hospital Eduardo de Menezes foi inaugurado em 1954 com o nome de Sanatório do Estado de Minas Gerais. Antes de integrar a Fhemig – fundada em 1977 – a unidade pertencia à Secretaria Estadual de Saúde.
No início da década de 1980, o Sanatório recebeu o nome de Hospital Eduardo de Menezes, com atendimento em clínica médica e tisiopneumologia (doenças pulmonares).
Logo após o surgimento da epidemia de Aids, nos anos de 1980, o HEM abriu leitos para pacientes portadores do vírus HIV e, pouco tempo depois, tornou-se referência para essa e outras doenças infectocontagiosas.
Covid-19
O Eduardo de Menezes foi a principal referência no atendimento aos casos da pandemia de covid-19 na rede estadual pública de saúde, tendo seus leitos destinados 100% ao atendimento de pacientes com suspeita ou confirmação da doença.
Somente de janeiro de 2020 a março de 2023 foram atendidos 4.880 casos suspeitos, sendo 3.066 confirmados durante a internação.
Em agosto de 2021, o hospital recebeu a “Medalha de Mérito Desembargador Ruy Gouthier de Vilhena”, concedida pela Corregedoria-Geral de Justiça do Estado de Minas Gerais, anualmente, às pessoas ou instituições que tenham prestado serviços de relevância à Justiça de Primeira Instância do estado.
“Foi um período muito difícil para todos, mas o Eduardo ‘tirou de letra’ a pandemia. Tivemos muitas vitórias. Foi muito importante tudo que o hospital fez”, afirma a técnica em enfermagem Francisca Anunciação Malaquias Marcelino, servidora da Fhemig há 24 anos, com 11 anos de atuação no HEM.
Para ela, trabalhar no hospital é um grande aprendizado. “Tive uma grata surpresa quando vim para a unidade. Tudo o que vivi aqui durante esses anos foi fundamental para o meu crescimento e a minha vivência. Gosto muito daqui, é um lugar muito bom para trabalhar, com um grande acolhimento. O Eduardo não pode parar, tem que seguir em frente, superando todas as dificuldades, porque o Eduardo é ‘mil’. Eu amo este hospital de paixão”, elogia.
Hoje
Atualmente, o hospital conta com mais de 700 servidores e presta assistência especializada em infectologia e dermatologia sanitária, adequação de gênero e atua também na pesquisa, formação e capacitação profissional. Além disso, o ambulatório desempenha importante papel no "Programa de Integração Adequada dos Portadores de DST/HIV/AIDS", do Ministério da Saúde, como Serviço de Assistência Especializada (SAE).
Por Aline de Castro
Fotos: Rafael Assis / Aline de Castro