31/05/2019

HJK realiza ação no Dia Mundial Sem Tabaco

O Hospital Júlia Kubitschek e a Associação Médica de Minas Gerais celebraram o Dia Mundial Sem Tabaco, comemorado hoje, 31, com distribuição de panfletos e esclarecimentos de dúvidas na unidade.

A ação teve o intuito de alertar sobre as vantagens de parar de fumar e os inúmeros malefícios causados pelo tabagismo ativo e passivo, já que, todo ano, morrem cerca de 7 milhões de pessoas no mundo, das quais aproximadamente 900 mil são não fumantes, que morrem pelo tabagismo passivo.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o tabagismo é a principal causa evitável de morte em todo o mundo, sendo responsável por 63% dos óbitos relacionados às doenças crônicas não transmissíveis, 85% das mortes por Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (bronquite e enfisema), 30% por diversos tipos de câncer (pulmão, boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga, colo do útero, estômago e fígado), 25% por doenças coronarianas (angina e infarto do miocárdio) e 25% por acidentes vasculares cerebrais (AVC). No caso do câncer do pulmão, 85 a 90% são provocados pelo uso do tabaco.

Durante a ação no HJK, além da panfletagem, foi usada uma boneca para demonstrar como a fumaça chega rapidamente aos pulmões dos fumantes. Segundo a médica e presidente da Comissão de Controle do Tabagismo, Alcoolismo e Uso de Outras Drogas da Associação Médica de Minas Gerais, Maria das Graças Rodrigues de Oliveira, o cigarro possui aproximadamente 5 mil substâncias tóxicas, sendo a nicotina a responsável pela dependência. “Sabemos que a nicotina demora de 7 a 19 segundos para atingir o cérebro. Por isso, de cada dois adolescentes que experimentam, um fica dependente do cigarro”, afirma. De acordo com ela, 90% dos fumantes ficam viciados entre 10 e 19 anos. “Nesta fase, o cérebro ainda não está completamente formado e as chances de dependência são ainda maiores”, explica.

De acordo com a pneumologista e coordenadora do ambulatório e do grupo de combate ao tabagismo do HJK, Clarissa Marina Biagioni Silveira, o tabagismo é uma doença que pode causar 50 outras doenças. “Ninguém fuma por opção. A pessoa experimenta o tabaco, o cérebro e o entendimento de prazer mudam e cria-se uma dependência”.

A médica alerta ainda para os casos de tabagismo passivo, que atingem, principalmente, crianças. “Se um indivíduo fuma ao lado do seu filho, 1/3 do que ele fuma vai para a criança, que fica mais suscetível a doenças como amigdalite, otite, sinusite, pneumonia, com maior chance de tuberculose, leucemia, e maior incidência de tumores cerebrais, já que o cérebro dela ainda está em desenvolvimento; além de maior chance de ser um fumante no futuro e, inclusive, obter um menor rendimento escolar, devido ao monóxido de carbono”.

Combate ao tabagismo

Referência estadual para tratamento de doenças respiratórias, o HJK conta com um Ambulatório de Abandono do Tabagismo, desde 2008, e um Grupo de Abandono do Tabagismo, desde 2010. O ambulatório funciona todas as quartas-feiras e, logo ao chegar, o paciente já tem todas as suas consultas agendadas, sendo, no primeiro trimestre, três consultas mensais, no segundo trimestre, uma reavaliação, e depois uma nova avaliação em seis meses.

“Avaliamos o grau de dependência física do paciente e oferecemos o Grupo de Abandono do Tabagismo, que é um trabalho paralelo e complementar ao ambulatório”, explica Clarissa.

Segundo a pneumologista, o grupo tem duração de três meses, com encontros de uma hora e meia, determinados pelo Ministério da Saúde, por meio do Inca, que disponibiliza os panfletos e material didático. “São quatro livretos que explicam para o paciente porque ele fuma, o que ele pode fazer para parar de fumar, o que é dependência, o que fazer para reduzir o estresse quando ele parar, o que pode ser feito para não ganhar peso etc”.

Os encontros, no primeiro mês, são semanais, no segundo mês, quinzenais, e no terceiro mês é realizada a última reunião. “Nesse período, explicamos todo o funcionamento da dependência cerebral, os sentimentos que o paciente tem de tristeza, de abandono, solidão, a sensação de perda, às vezes até a sensação de morte. Tratamos também o condicionamento, que é a repetição. Ele come e fuma, ele toma café e fuma, ele trabalha e fuma, é tudo condicionado. Fazemos brincadeiras para eles perderem esse condicionamento. Orientamos, por exemplo, que eles façam outros trajetos para o trabalho, que vistam roupas diferentes e experimentem sabores novos para que o cérebro vá se recondicionando. Isso gera um estresse enorme, então, ensinamos técnicas de relaxamento para a hora que ele tiver aquele desejo imenso de fumar, a chamada fissura”, explica Clarissa.

Os interessados em participar do grupo e do ambulatório podem fazer o agendamento pelo 3389-7814.

Por Aline Castro Alves